Os Desafios da Gestão e Liderança dos Parques e Atrações Turísticas no Brasil

No mês de março/23, em mais uma iniciativa conjunta entre a Associação Brasileira de Parques e Atrações (Adibra) e o Sistema Integrado de Parques e Atrações Turísticas (Sindepat), com a ajuda de um parceiro qualificado, a Noctua, e claro, a contribuição de diversos parques, foi produzida uma pesquisa que gerou um material sem precedentes, que apresenta um amplo e sólido panorama do setor e de novos investimentos no Brasil. Considero esse material de leitura obrigatória a todos que nutrem real interesse pelo segmento turístico.

No Brasil, a despeito de todos os desafios, e muitas vezes contrariando as expectativas mais conservadoras, o setor de parques segue em crescimento, graças a empresários que realmente se destacam pela iniciativa, ousadia, crença positiva e paixão absoluta pelo setor.

Desafios da Gestão & Liderança

Falando agora especificamente dos desafios da Gestão e Liderança desses empreendimentos e, portanto, do papel dos diretores, gerentes e supervisores, tenho convicção em afirmar que o sucesso dos esforços na obtenção de resultados pode ser dividido em duas dimensões:

Organizações inteligentes – Gestão (práticas de gestão efetivas)
São boas nos fundamentos clássicos de negócios, como estratégia, marketing, finanças, operações, tematizações, tecnologia, eventos, etc.

Organizações saudáveis – Liderança (práticas de liderança efetivas)
São boas em produzir um clima organizacional positivo, moral elevada das equipes, baixa rotatividade, alta produtividade, alto nível de organização, etc.

O cenário que venho percebendo nas empresas (de vários setores como logística, construção civil, seguros, comércio e parques…) que tenho como clientes, e em outras aonde mantenho contato, é que a dimensão da “inteligência”, ou seja, das práticas de Gestão, ocupa a maior parte do tempo da dedicação dos executivos das empresas, praticamente tempo integral. E a dimensão “saúde” fica amplamente negligenciada.

Cultura saudável – fator decisivo para resultados positivos

Claro que essa não é uma verdade absoluta, muitas empresas têm voltado o seu olhar para a dimensão “Saúde” e vêm investindo e avançando em práticas de Liderança modernas, que têm muita relação com aspectos da Cultura Organizacional.

Contudo, também observei muitas empresas, talvez a maioria, relegando a segundo plano essa dimensão da “Saúde”, provavelmente por não acreditar nesses temas, ou não saber como trabalhar aspectos mais intangíveis.

Muitos gestores preferem procurar respostas aos desafios do seu setor ou negócio onde se sentem mais confortáveis, ou seja, na dimensão “Inteligência”.

É relativamente comum ouvir de gestores frases como:

– Não tenho tempo para “mimimi”;

– Estou superatarefado… Não tenho tido tempo para falar com a equipe…

– Temos sérios problemas com nossa equipe de falta de comprometimento…

– Essa moçada que está chegando ao mercado de trabalho não tem responsabilidade…

E por aí vai.

Em parques e atrações turísticas onde a palavra “encantar” nossos visitantes é recorrente, precisamos ter uma atenção maior com o “encantamento dos colaboradores” também.

Quanto mais saudável for a organização, mais inteligente ela tende a ficar.

Encerro com um apelo para que empresários e executivos de grandes, médias e pequenas empresas do setor de parques tenham um foco maior na dimensão “saúde” de suas organizações – é bom, faz bem e dá resultado.