Fórum Adibra trouxe novidades para gestão segura e moderna nos parques de diversões

Evento reuniu profissionais de diversas áreas para um dia de intercâmbio de informações sobre as atuais tendências internacionais e no Brasil

A Adibra teve participação especial na 11ª edição da Expo Parques e Festas - feira internacional de produtos e serviços para parques, buffets e festas, promovida pela Francal Feiras, e que aconteceu de 26 a 29 de maio, no Expo Center Norte (SP). Além de seu estande institucional na área de parques e buffets em todos os dias do evento, a Associação também realizou, em 29 de maio, o Fórum Adibra da Indústria de Parques Temáticos e FEC’s. A ocasião foi propícia para a troca de informações entre alguns dos principais agentes do setor no Brasil, com palestras que abordaram as novidades em gestão segura e moderna para os empreendimentos de diversão.

Um assunto que é essencial para os parques, os quais precisam se prevenir a todo o momento dos riscos e danos ao patrimônio material e humano em seus estabelecimentos, são os seguros de responsabilidade civil. O assunto foi ministrado pelo sócio diretor da RBM Corretora de Seguros, Pedro Antonio Costa Moura. O palestrante falou sobre as diferenças entre seguro empresarial, que é básico e assegura apenas a proteção dos bens e da estrutura do empreendimento, e a apólice específica de responsabilidade civil, que é abrangente e oferece uma cobertura muito maior de riscos, e por isso é também altamente recomendada aos ambientes de diversão.

Mas antes de fechar um seguro, é analisada uma lista de critérios pela seguradora: expertise do técnico de segurança do local; idade e renovação dos equipamentos do parque; ficha de manutenção; histórico de reclamações judiciais; situação financeira da empresa; e a determinação do limite de cobertura. Moura ainda advertiu a plateia sobre a importância de realizar uma leitura aprofundada das exclusões do seguro e de questionar o corretor sobre todos os pontos antes de assinar o contrato, para solicitar eventuais mudanças em cláusulas particulares. E quando questionado sobre as dificuldades que os parques têm de fechar um plano de cobertura, o palestrante apontou que “a chave para o sucesso da operação é mostrar o histórico de resultados positivos do negócio ao corretor”.

Ainda dentro do tema segurança, o engenheiro eletricista e gerente de manutenção e segurança no Parque da Mônica, Paulo Maltauro, que também é membro do comitê de segurança da IAAPA, abordou como garantir uma gestão segura nos parques. Segundo o profissional, esse assunto deve ser prioridade número um do setor. É necessário que os empreendimentos de lazer se preocupem com a questão e sigam os cinco passos recomendados pelo palestrante: planejamento e controle de manutenção, disciplina operacional, monitoramento e controle, treinamento e mudança de paradigmas dos procedimentos.

O assunto da segurança perpassa também a gestão de alimentos e bebidas nos parques, tema que foi ministrado pelo chef de cozinha do Parque Snowland, em Gramado, Oliver Krause. Mas, para além disso, também envolve a questão dos ganhos e perdas (profit and loss), foco da palestra do especialista. Recheada de dados, porcentagens e números, a apresentação de Krause trouxe algumas questões instigantes para a reflexão do público. “Qual o seu tamanho?” “E o custo da estrutura?” “O desvio de estoque participa quanto da porcentagem? E do custo total?” “Sazonalidade e perfil de público oscilam! Você se adequa? Em qual velocidade?”, foram algumas das perguntas feitas. Ao tratar delas, o palestrante enfatizou a importância de não confundir dinheiro com porcentagem ou indicador de desempenho com dinheiro.

Ele também abordou a necessidade de envolver um grande contingente de profissionais no departamento de controles; falou sobre as ações de varejo (comunicação visual, check-outs, benchmarking, arquitetura de consumo e análise de oferta); e os diversos indicadores de desempenho. O especialista trouxe ao público o que há de mais moderno na gestão de bebidas e alimentos.

Por falar em modernidade, o arquiteto Michel Gorski, que possui 40 anos de experiência na área de paisagismo e entretenimento, tratou a respeito do tema “Planejando parques”. Apesar das atuais tecnologias digitais trazerem comodismo às pessoas, que acabam realizando multitarefas do sofá de suas casas, o profissional defendeu o uso das modernidades para incentivar o deslocamento de pessoas aos centros de diversão. “Mas, para isso, é preciso apresentar algo diferente, que estimule as interações e relações sociais”, sublinhou.

Acerca desse assunto, Gorski trouxe o case de um segmento que soube aproveitar as oportunidades para crescer: os FEC’s, que utilizaram a atratividade dos shopping centers para trazer público aos seus parques. “Hoje, os FEC’s conseguiram se estruturar de tal forma que servem de alavanca para os shopping centers, os quais se beneficiam do movimento desses centros de lazer para atrair mais público às suas lojas”, ressaltou. E para que seja possível continuar a se desenvolver, ele deu a dica: valorizar as especificidades do local onde está; buscar a interdisciplinaridade; oferecer atendimento com segurança e conforto; trabalhar sobre orçamento e independência de fornecedores; trazer constante inovação e alternância de equipamentos; e programar novidades.

Além dos shopping centers, os parques de diversões podem ser também verdadeiras âncoras de desenvolvimento do setor imobiliário, conforme demonstrou o consultor da ZiX Consultoria, Lucas Ferraz. Ele trouxe todo um panorama histórico mundial sobre o tema, e mostrou como o crescimento das ferrovias e dos parques de diversões caminharam de mãos dadas muitas vezes. Hoje, a construção de grandes e inovadores parques de diversões no mundo - e o Brasil também tem seguido essa tendência - têm promovido o progresso de regiões antes pouco movimentadas. “Atualmente, o Wall Disney fica isolado de tudo, em Orlando, em um terreno gigantesco, e estimula o desenvolvimento local por meio da construção de hotéis e resorts”, explicou.

Mas para ter pulso firme e encabeçar grandes projetos, é preciso ter motivação e resiliência para enfrentar um mundo totalmente novo. Esse foi o tema da palestra do consultor da Klassa Treinamentos Empresariais, Herbert Klassa. Em sua apresentação, o profissional destacou a importância - diante das grandes mudanças que ocorrem em um ritmo cada vez mais veloz, hoje em dia, devido ao aperfeiçoamento das tecnologias digitais - de aprimorar as capacidades pessoais para enfrentar desafios e dificuldades, recompor-se rapidamente e seguir em frente, conseguindo se orientar em momentos difíceis. Além disso, explicou que, nesse novo mundo, também é preciso que todos os negócios tenham um propósito que não seja apenas o lucro a fim de que seja possível “encontrar significado na vida dentro e fora do ambiente de trabalho”, aconselhou.

Ao final do Fórum, aconteceu o coquetel de confraternização e networking da Adibra, em que houve o lançamento e distribuição da edição 101 da Revista Adibra, disponível no link: https://issuu.com/lucassilvapktagmkt.com./docs/revista_adibra_101_tela.